Pornochanchada

No início dos anos 1970, o Premier (antigo Capitólio) seguia a tendência do mercado exibindo pornochanchadas. Essas comédias eróticas eram produzidas a partir de um contexto social influenciado por fatores econômicos e culturais incentivadas pelo Estado, fazendo com que o espectador voltasse às salas de cinema por um tempo. Mesmo com incentivo público muitos setores e entidades criticavam esse gênero de produção.

Manifesto de Entidades gaúchas religiosas contra a Pornochanchada (1983)

Imagem em preto e branco  vertical do documento chamado “Manifesto  de Entidades gaúchas religiosas contra a Pornochanchada”.  Ano de  1983.   Na parte superior do documento  está  carimbado “ Confidencial”  e o número 07684,  abaixo, a frase  “ Serviço Nacional de Informações “ e o carimbo da Presidência da república e o assunto do documento:  CRUZADA CONTRA PORNOGRAFIA. Linha divisória e o conteúdo do documento.  No final da página carimbo de CONFIDENCIAL. [Fim da descrição]
Acervo: Arquivo Nacional/SNI
As pornochanchadas surgiram nos anos 1960 e seu apogeu se dá nos anos 1970, sendo resultado do contexto histórico do período, em que aconteciam mudanças de comportamento provenientes da liberação de costumes. Geralmente, esses filmes eram produções com baixo custo e utilizavam a nudez e o conteúdo erótico como atrativos para o público.

Cartaz do filme “Como é boa nossa empregada” obra do cartunista Ziraldo (1973)

Cartaz  retangular  vertical do filme “Como é boa nossa empregada”, de autoria do cartunista Ziraldo  Ano :1973 .  No cartaz , a ilustração de  uma mulher negra com vestido verde de mangas curtas e  avental branco , segura uma bandeja  com o braço direito erguido na altura do ombro. Em cima da bandeja um homem branco , de terno marrom, ajoelhado olha para ela  com um coração na boca. No lado inferior esquerdo  o nome do filme e ficha técnica . [Fim da descrição]
Fonte: bancodeconteudos.gov.br/cartazes/450237
As produções levavam para as salas de cinema cenas de racismo, homofobia, a objetificação da mulher e a naturalização do machismo, costumes da realidade brasileira da época e que, infelizmente, ainda fazem parte da nossa cultura, fato que leva a constantes iniciativas e ações de conscientização em prol da igualdade.

As produções levavam para as salas de cinema cenas de racismo, homofobia, a objetificação da mulher e a naturalização do machismo

Atriz Aizita Nascimento e Jorge Dória, cena do filme “Como é boa nossa empregada” (1973)

Imagem em preto e branco  vertical de uma cena do filme “Como é boa nossa empregada” com Aizita Nascimento e Jorge Dória. Na cena uma jovem mulher negra está em pé  de perfil direito. Ela usa vestido escuro de mangas curtas e avental branco. Segura uma bandeja com as duas mãos na altura do abdômen. Atrás dela está um homem branco, de terno escuro que encosta a mão direita  na perna dela. Os dois sorriem. [Fim da descrição]
Acervo: Mulheres do Cinema Brasileiro

Capa da Revista Espectador, Cinema e Vídeo

Imagem  em preto e branco  vertical da capa  da Revista Espectador, Cinema e Vídeo, de julho de 1988.  A capa é composta por desenho e textos. Na parte superior nome da revista Espectador, Cinema e Vídeo. Abaixo a palavra Pornochanchada e o desenho de uma mulher nua de cabelos compridos e ondulados, sentada, de braços cruzados em frente ao peito. [Fim da descrição]
Acervo: Museu da Comunicação Hipólito José da Costa
O declínio da pornochanchada aconteceu no momento em que a desarticulação do regime militar levou ao fim da censura, que proibia cenas eróticas mais picantes. Desta forma, os filmes de sexo explícito invadiram as salas de cinema e, com a chegada do videocassete, este gênero de produção limitou-se a poucas salas cinematográficas e às videolocadoras.

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