Dividindo espaços com os filmes estadunidenses, os cinemas da capital também exibiam os filmes nacionais conhecidos como “chanchadas”, muito populares entre os anos 1940 e 1950, que deram às novas classes sociais a possibilidade de vivenciarem momentos próximos às representações culturais da época e da sociedade da qual faziam parte.
![Fotografia em preto e branco, plano aéreo do centro da Cidade de Porto Alegre, com destaque ao centro da imagem para os prédios do Mercado Público, Prefeitura de Porto Alegre, Palácio do Comércio, e Edifício União, entre outros. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-12.jpg)
![Imagem em preto e branco de capa do Jornal Última Hora de 4 de Julho de 1960, Na parte superior, a inscrição “Cinema Do Brasil Mais Forte!”. Logo abaixo, à esquerda, fotografia mostra multidão aglomerada em frente a ônibus, com destaque para dois homens pendurados no mesmo. Ao lado da foto, manchete “Delírio do povo na festa de ‘UH’”, seguido de texto. Na parte inferior esquerda da imagem, balão ovalado com a inscrição “Em primeira mão”, seguido de texto. Ao lado direito destes, duas fotografias, a primeira mostra multidão assediando atriz em janela de ônibus; na segunda, multidão assedia ator que está em primeiro plano, à direita da imagem, vestindo casaco de tonalidade clara. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-14.jpg)
A multidão se aglomerava para poder olhar de perto as celebridades que desfilaram em um jipe conversível e foram recebidos pelo então governador Leonel Brizola.
![Montagem com duas fotografias em preto e branco, em formato paisagem. Na imagem à esquerda, multidão em aglomeração em frente ao “Cine Teatro Rex”, nas duas calçadas. Ao centro da rua, carro preto parado com pessoas em seu lado direito. Acima, presa ao prédio do cinema, faixa com os dizeres “artistas do cinema nacional participantes 1°festival promovido por Última Hora”. Na imagem à direita, em primeiro plano, carro conversível em desfile de rua levando três homens em pé, além de um ao volante; na frente do carro, faixa com os dizeres “1° festival do cinema nacional última hora”. Atrás deste carro, mais dois carros com pessoas em pé e faixas semelhantes. Nas laterais da imagem, pessoas assistindo ao desfile. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/Imagem-106.jpg)
![Imagem em preto e branco mostra multidão aglomerada à esquerda de ônibus. Neste, encontra-se o ator Oscarito, que observa a multidão. Ao fundo e à esquerda da imagem, rua com árvores e carros estacionados, além de transeuntes na calçada. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-15.jpg)
![Imagem em preto e branco mostra sentados em poltronas de cinema, pela ordem, da esquerda à direita: em primeiro plano, o ator Grande Otelo, vestindo casaco em tonalidade clara e gravata escura; ao seu lado, a atriz Ruth de Souza, com casaco de tom escuro e peles nas mangas, além de brincos de pérolas; e, ao seu lado, o ator Oscarito, vestindo smoking em tom escuro, camisa clara e gravata borboleta em tom escuro. Ao fundo, sentados na fila anterior, quatro espectadores. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-16.jpg)
Primeira atriz negra a se apresentar no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro na década de 1940. Neste período, era comum ver atores praticando blackface.
Participou do grupo Teatro Experimental do Negro – TEN, estudou teatro nos Estados Unidos durante a década de 1950. Retornou ao Brasil e alcançou a consagração no cinema, na TV e no teatro. Sem sua determinação e seu protagonismo na luta contra o racismo, o cenário hoje seria ainda pior para atrizes e atores negros brasileiros.
![Fotografia em preto e branco, em modo retrato, da atriz Ruth de Souza. Nela, a atriz aparece em perfil, com as costas e antebraço em primeiro plano, trajando vestido de renda em tons claros, alças com pérolas e brinco brilhante, com os cabelos presos.[Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-17-841x1024.png)
Em 1926, com apenas 11 anos, ingressou na “Companhia Negra de Revista”, composta exclusivamente por artistas negros. Em 1932 entrou para a “Companhia Jardel Jércolis”, um dos pioneiros do teatro de revista. Com esta companhia chegou ao Rio de Janeiro, realizando seu sonho de infância. Se tornou um grande ator brasileiro, além de comediante, cantor, produtor e compositor. Vivenciou diversas fases do cinema – das chanchadas ao cinema novo. Grande Otelo é grande referência tanto em sua época como nos dias de hoje no Brasil e no exterior.
![Fotografia em preto e branco, em modo retrato, mostrando em primeiro plano o rosto do ator Grande Otelo, com destaque ao perfil esquerdo do mesmo. Veste casaco em tons acinzentados e camisa em tons claros. [Fim da descrição]](https://memoriamslufrgs.online/noescurinhodocinema/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-18.jpg)
Realização: Eugenio Barboza – Orson Soares é Doutorando em História pela UFRGS – Mestre em História pela UFRGS, especialista em História e cultura afro-brasileira pela UCAM (Universidade Cândido Mendes), graduado em História pela Unisinos. Membro fundador do Coletivo Fanon. Conheça e apoie em: Livro “A bondade do branco” – Catarse