A partir do final do século XIX, a economia do Rio Grande do Sul se expande e novos grupos sociais começam a ocupar a paisagem Porto-Alegrense. A cidade passa por intensa remodelação, ganha características europeias, voltada à burguesia, não dava espaço para quem não se adequasse a ele.
Da Taba ao Arranha-Céu
(Revista do Globo, Edição 285, 1945)
Acervo: Delfos/PUCRS
Na década de 1940, essas transformações estavam consolidadas, com os “indesejáveis” sendo excluídos às margens da cidade.
Rodrigo Alves de Lima é um personagem apresentado pela Revista do Globo em 1945, que se deslocava da periferia ao centro da cidade para vender seus poemas.
Rodrigo Alves de Lima
(Revista do Globo, Edição 285, 1945)
Acervo: Delfos/PUCRSSegundo a reportagem, a comunidade de Rodrigo era um ambiente formado por “malocas mulambentas, feitas de latas e madeiras juntadas ao acaso”, e que ali, no grande Centro, ele poderia ter uma visão das ruas, do luxo, das escadarias das repartições, dos cinemas e dos templos religiosos.
Enlevo do sonho e pesadelo da morte
(Revista do Globo, Edição 285, 1945)
Acervo: Delfos/PUCRSA burguesia, a fim de reafirmar a sua superioridade, inclui o miserável, como o Poeta era chamado, ao passo que lhe torce o nariz.
“Quis fazer uma casa.
Não tenho esperança de fazer mais.
E’ bastante certo que nunca possa
Por causa das leis municipais…”
Poema de Rodrigo Alves de Lima (Revista do Globo,1945)