No início dos anos 1970, o Premier (antigo Capitólio) seguia a tendência do mercado exibindo pornochanchadas. Essas comédias eróticas eram produzidas a partir de um contexto social influenciado por fatores econômicos e culturais incentivadas pelo Estado, fazendo com que o espectador voltasse às salas de cinema por um tempo. Mesmo com incentivo público muitos setores e entidades criticavam esse gênero de produção.
Manifesto de Entidades gaúchas religiosas contra a Pornochanchada (1983)
Acervo: Arquivo Nacional/SNIAs pornochanchadas surgiram nos anos 1960 e seu apogeu se dá nos anos 1970, sendo resultado do contexto histórico do período, em que aconteciam mudanças de comportamento provenientes da liberação de costumes. Geralmente, esses filmes eram produções com baixo custo e utilizavam a nudez e o conteúdo erótico como atrativos para o público.
Cartaz do filme “Como é boa nossa empregada” obra do cartunista Ziraldo (1973)
Fonte: bancodeconteudos.gov.br/cartazes/450237As produções levavam para as salas de cinema cenas de racismo, homofobia, a objetificação da mulher e a naturalização do machismo, costumes da realidade brasileira da época e que, infelizmente, ainda fazem parte da nossa cultura, fato que leva a constantes iniciativas e ações de conscientização em prol da igualdade.
As produções levavam para as salas de cinema cenas de racismo, homofobia, a objetificação da mulher e a naturalização do machismo
Atriz Aizita Nascimento e Jorge Dória, cena do filme “Como é boa nossa empregada” (1973)
Acervo: Mulheres do Cinema Brasileiro
Capa da Revista Espectador, Cinema e Vídeo
Acervo: Museu da Comunicação Hipólito José da CostaO declínio da pornochanchada aconteceu no momento em que a desarticulação do regime militar levou ao fim da censura, que proibia cenas eróticas mais picantes. Desta forma, os filmes de sexo explícito invadiram as salas de cinema e, com a chegada do videocassete, este gênero de produção limitou-se a poucas salas cinematográficas e às videolocadoras.