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Copia digital da Carta O Louco e Texto do Núcleo 1 “Um Olhar Para o Outro” da Exposição IMENSA MENTE – Caminhos da Saúde Mental: do existir ao resistir
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Metadados
Miniatura

Título
Copia digital da Carta O Louco e Texto do Núcleo 1 "Um Olhar Para o Outro" da Exposição IMENSA MENTE - Caminhos da Saúde Mental: do existir ao resistir
Número de registro
MSL4.8.13
Classificação
Não se aplica
Outros números
Sem informação
Data
24/04/2018
Dimensões
1, 96 MB
Localização
Google Drive
Material/Técnica
Produtor/Autor
Procedência
Porto Alegre, RS, Brasil
Descrição Física do objeto (Descrição Intrínseca)
Cópia digital utilizada de forma suspensa na Exposição, possui duas faces. Em um de seus lados em fundo branco com moldura na cor preta, contendo um homem com com silhueta virada lateralmente para a direita. Possui ceroulas azuis, sapatos vermelhos, túnica multicolorida, com mangas azuis e amarelas, com uma gola amarela no pescoço, no corpo em listras verde e vermelha, com cinto na cor amarela com formatos de circunferências em sequência. Esta com um chapéu de pontas, uma das pontas é na cor vermelha, típico dos Bobos da Corte, tem cabelos amarelos e sua expressão e cor facial também são nas cores amarelas, assim como suas mãos. Possui em uma das mãos um bastão e na outra mão conta um outro tipo de bastão, o qual na ponta do qual se encontra uma bexiga. Embaixo no canto inferior esquerdo existe um animal assemelhado ao cachorro, ele tem a cor amarelo queimada e esta rasgando uma das pernas da ceroula do homem em questão. Apesar do fundo ser branco, do canto inferior esquerdo ao canto inferior direito é possível percebe algum tipo de vegetação, nas cores amarelo e verde, sendo amarelo o chão ou até mesmo a representação de pedras, e a cor verde ser representada através de folhas ou plantas. No lado oposto da representação em fundo branco consta o texto ao centro, em fonte preta com a primeira letra maiúscula: "A carta "O Louco" do Tarô de Marselha, simboliza a inconsciência, algo que esta fora de nosso padrões convencionais. "O Louco" segue seu próprio julgamento do mundo e não esta sujeito ao que é considerado "normal"."
Comentários/Dados Históricos (Descrição Extrínseca)
A carta "O Louco" têm o formato retangular, ou seja, ocupam verticalmente a disposição onde são representadas. Em anotações antigas ele é designado por nebulo e não apenas possui uma posição social baixa na hierarquia feudal, como é desta excluído; não sendo “...nem senhor nem clérigo, homem livre ou servo, ele existiu num limbo social. Mesmo no seu habitat natural da corte, ele permaneceu aparte, como se pertencesse a outra espécie”. Sua condição sendo compreendida a de um nada desconfortável “...a presença de tais pessoas na corte eram nada mais do que algo inusitado e embaraçoso”.
Esta representação caracterizava a figura como um símbolo da experiência espontânea
e ingênua da loucura pura, própria da sabedoria. O mesmo tema, o dos loucos de Deus, lembremos, é encontrado na Índia shivaísta, na mística muçulmana e em outras tradições. A figura do animal aparece na carta se assemelhando bastante com a figura de um cachorro, a imagem é estilizada não sendo possível precisar de que quadrúpede se trata. Existem referencias a estas imagens como a de um caminhante sendo atacado por um animal, estabelecendo uma relação aqui não de companheirismo ou identificação, mas de agressão. Se formos pensar no cão, nos mitos, estes aproximam do guia, sendo que na tradição de alguns povos indo-europeus, o sacrifício desse animal aos mortos significava prover um guia ao outro mundo. Na astronomia na Constelação de Cão Maior está a estrela Sirus que anuncia a plenitude do verão. Nestas cartas, porém, os cães caminham atrás do Louco e assim seria difícil entender sua presença como um guia.
Na Exposição a carta ficou suspensa por um cabo de aço preso na vigas do teto por ganchos "olho-parafuso" Optou-se por plotar esse elemento expográfico em uma chapa de policloreto de vinil (PVC) e suspendê-lo por um fio de nylon, mantendo seu movimento giratório. Já o texto que contextualiza a carta localizava-se atrás da carta. Assim se tornou, ao mesmo tempo a apresentação do Núcleo e contextualizou os conceitos de normal/normalidade.
O "Louco" nos leva a pensar de forma mais intrínseca sobre quem somos e para onde desejamos ir e nos permite refletir sobre o certo e errado, trazendo a ideia de que ninguém é verdadeiramente normal ou completamente "louco", uma vez que todos estão suscetíveis e por vezes, em algum momento, já experimentaram, ainda que rapidamente, a insanidade de uma forma ou de outra. A carta nos provoca a perceber que a ideia de normalidade que conhecemos depende da forma como olhamos para estas questões e para o mundo, e de como buscamos caminhar pelos caminhos que se apresentam em nossa vidas.
Estado de conservação
Ótimo
Condições de reprodução
Autorizada, desde que citada a fonte