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Cópia digital de painel 3 do Núcleo Triunfo de Akins da Exposição AGÔ – Presença Negra em Porto Alegre: uma trajetória de resistência
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Metadados
Miniatura

Título
Cópia digital de painel 3 do Núcleo Triunfo de Akins da Exposição AGÔ - Presença Negra em Porto Alegre: uma trajetória de resistência
Número de registro
MSL4.5.21
Classificação
Não se aplica
Outros números
Sem informação
Data
05/05/2015
Dimensões
4,59 MB
Localização
Google Drive
Material/Técnica
Produtor/Autor
Procedência
Porto Alegre, RS, Brasil
Descrição Física do objeto (Descrição Intrínseca)
Reprodução digital que compôs o lado direito do painel do Núcleo 1: Triunfo de Akins, criado para a Exposição "AGÔ - Presença Negra em Porto Alegre: uma trajetória de resistência". Em fundo branco envolto com formas que representam um tribal, semelhantes aos sinais do teclado do computador, de maior e menor [⋘⋙] espaçados com pontos na cor preta. Ao centro em fonte preta com apenas as iniciais em caixa alta "A Sociedade Floresta Aurora realizou o primeiro Congresso Nacional do Negro em 1958, recebendo apoio do Governo Estadual. Contou com a presença das delegações de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e forte participação da comunidade negra porto-alegrense. Uma das resoluções do vento, que gerou grande impacto, foi a organização da campanha nacional de alfabetização dos negros". No canto inferior direito encontra-se a logotipia escrita em caixa alta com a expressão "AGÔ", sendo A na cor vermelho, G na cor verde, O e acento circunflexo na cor amarelo mostarda, rodeada pelos ícones identificados como tambores e marcas de mãos, na cor preta, finalizando o painel. Há espaço em branco entre a margem superior e o centro do painel e do centro do painel até a margem inferior.
Comentários/Dados Históricos (Descrição Extrínseca)
Plotagem para painel utilizado para adesivagem do lado direito do painel, no espaço do Núcleo 1: Triunfo do Akins da Exposição "Agô". Neste é possível verificar que os fundadores eram operários e na sua maioria moradores da Colônia Africana, sendo que, as finalidades iniciais era prover auxilio para o funeral dos negros mortos e assistência a suas famílias, porém a organização extrapolou tais objetivos, entrando em campo a luta pelo direito à educação, que acabou por culminar na realização, articulada pela Floresta Aurora e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o 1° Congresso Nacional do Negro, em Porto Alegre de 1958, cujas atividades ocorreram na Câmara de Vereadores e Sede da Floresta Aurora, contando com representantes de outros estados, impulsionando uma pauta nacional de visibilização e acesso do negro a políticas públicas.
Arilson dos Santos Gomes (2008), Mestre em História pelo PPGH-PUCRS e Coordenador do GT Negros/ANPUH-RS, estudou para sua dissertação de mestrado a organização política do Estado e o Congresso Nacional do Negro ocorrido em porto Alegre de 14 a 19 de setembro de 1958, pesquisou intensamente a documentação da Sociedade Floresta Aurora, articuladora e organizadora do evento, que foi precedido por Congressos do negro realizados entre 1934 e 1950 nas cidades de Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Seus estudos apontam que a realização do Congresso foi apoiado pelos governos municipal, estadual e federal, por empresas privadas e setores da imprensa porto-alegrense e que dele participaram delegações Estados do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal e interior gaúcho, contando com a presença de estudioso, pesquisadores, intelectuais brancos e negros, e a comunidade, em especial a comunidade negra. Na época da realização do Congresso Ncional do Negro de 58, Leonel Brizola era o prefeito de Porto Alegre, PTB, o Partido da massa trabalhadora que contemplava as questões raciais, enquanto o Partido Social Democrático (PSD), de Gilberto Freyre, mais conservador mantinha posição de neutralidade. Já o governador do Estado era Ildo Meneghetti, político conservador vinculado ao PSD, porém o governo estadual contribuiu com 60.000 cruzeiros para que Floresta Aurora realizasse o Congresso e enviou o Secretário de interior e Justiça, Hélio Carlmagno, como representante.
Segundo Gomes as lideranças da Sociedade Floresta Aurora participaram ativamente dos congressos anteriores, buscando uma base sólida para a organização do Congresso de Porto Alegre. A vinculação da Floresta Aurora com o PTB encontra fortes elementos no fato de que a educação era um dos pilares políticos do PTB, e uma reivindicações das sociedades negras do país.
Antes mesmo do Congresso de 1958, a elite brasileira se preparava para apresentar ao país o mito da democracia racial, enquanto os movimentos negros cunhavam a partir da ampla mobilização de seus intelectuais a expressão afirmativa "negritude". Importante ressaltar que entre os palestrantes do Congresso de 1958, seis deles eram professores da UFRGS: Laudelino Medeiros, Dario Bittencourt, Dante Laytano, Manoel Luiz Leão, Luiz Lesseigner de Faria e Darci Conde Salgado, enquanto a única mulher a usar da palavra foi a Professora Vera Bandeira Marques.
(Texto complementado pelo livro Projeto da Exposição)
Estado de conservação
Ótimo
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